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  • Foto do escritor: Sérgio Faria
    Sérgio Faria
  • 4 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura

As nuvens preencheram o céu de negro, tudo estava encoberto, o sol escondia-se atrás do negrume daquela alma solitária. As conchas escondiam o coração, pois era a pérola mais preciosa que elas não queriam dar ao mundo. Sem que antes o sol brilhasse lá bem no alto e que tocasse nas conchas.

Assim foi durante anos e anos, a alma cada vez mais solitária, o brilho da pérola cada vez mais intenso. Mas o resultado era sempre o mesmo. O negrume dos céus, os raios solares não trespassavam aquele mando de algodão e as conchas não se abriam como as rosas.

Eram espinhos que atravessavam todo aquele mar cinzento, o violeta perdeu a cor, o azul índigo já não se avistava, o laranja era absorvido pelo manto. Era um pranto de mágoa que ditava aquele cenário escuro e frio.

Foi assim até ao dia que o coração não aguentou mais, não dava mais para suster aquele brilho e assim as conchas floriram com tamanho brilho infinito. O cinzento desapareceu e o rosa da afectividade tocou os céus e o algodão se desfez. A criatividade aumentou, a segurança alimentou-se das rosas que cresciam no fundo do mar. O violeta da espiritualidade acendeu numa chama de pura magia e assim a flor de lótus se abriu para a vida, libertando a alma numa borboleta de todas as cores. E assim as conchas entenderam que não era o sol que fazia o dia bonito, mas sim a pérola que tanto escondiam do mundo, com medo de que alguém a pudesse magoar.

Assim o barco chegou a bom porto e lançou a âncora. Assim começou a pintar o cenário de outras cores e o pranto da mágoa começou a diluir. O fado ganhou uma nova emoção e os sonhos nasceram com o voar daquela borboleta. O coração brilhou mais dando vida àquele mar cinzento que afastava todos os seres vivos. A esperança cresceu.


Pedaços de mim!


  • Foto do escritor: Sérgio Faria
    Sérgio Faria
  • 3 de jan. de 2021
  • 1 min de leitura

Queria imenso escrever o silêncio que me vai na alma, mas não estou a ser capaz. Entre tantos rabiscos só saem pedaços de mim. Não consigo conjugar as palavras e nem acasalar as frases para criar parágrafos.

São silêncios que ecoam no meu cérebro, mas que não sei gritá-los. São pedaços de mim que vou tatuando em textos e desenhos que crio. Estou de luto com a criatividade que me abraça e que arranca de mim o meu melhor e que faz brilhar um ser único.

Solto a minha voz como nunca tinha soltado antes. Solto os pedaços de mim que me completam e que me despem ao mundo. Expresso as minhas emoções sem contrabando e no final sinto o alívio por transformá-las em arte. Uma arte sem medida, sem regras. Um estilo livre que é meu, que é quem eu sou.

Sou uma ovelha negra que dita algo diferente, um lugar estranho, um abrigo sem julgamento e no final crio um poema com pedaços que colhi por onde caminhei.

Peguei nas minhas desventuras e criei um livro de recortes, naveguei pelos sítios que não caminhei, porque não tive a coragem de arrastar os meus pés pelos mares gelados que prendiam a minha alma.

Não consegui escrever o silêncio do meu coração, porque ainda estou a apanhar os pedaços de mim que estão espalhados num mundo que é meu.

  • Foto do escritor: Sérgio Faria
    Sérgio Faria
  • 2 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura

Procuramos inúmeras vezes a alegria de viver e não vemos o quanto somos felizes, porque assumimos que a alegria é algo que se pode ter como se fosse um carro. A alegria é um estado emocional que habita dentro de nós. E como estado emocional tem os seus ciclos. Temos que saber respeitar cada momento que a nossa alma vive e aceitá-lo.

As emoções são tão grandes e tão difíceis de serem aceites, porque na sociedade as emoções têm que ser escondidas, principalmente na parte masculina. Um homem não pode ser sensível, pois esse é o papel da mulher. Mas quem é que definiu os papéis que nós vivemos? Quem é que vive a minha vida? Eu ou a sociedade?

Tendem a nos culpar por algo que foge há ditas regras normais, criam julgamentos para que a gente se sinta mal, as críticas aumentam e a nossa alegria diminui, porque o que fazemos é considerado anormal num dicionário que nem fomos nós que o criámos.

Ao longo destes últimos anos fui aprendendo que não há culpados, mas sim responsáveis. Pois somos responsáveis por aquilo que fazemos, tudo é uma escolha nossa e quando não escolhemos, deixamos que alguém escolha por nós e vivemos sem a responsabilização, mas sim com a angústia de não sermos o que queremos ser.

Passei por um caminho de espinhos, muitas feridas, muitas derrotas. Até que comecei a conhecer grandes sábios que vivem mesmo ao meu lado e tornaram-me no excelente aluno que sou hoje. Hoje sinto alegria e faço um caminho mais sereno, claro que existem sempre limitações e dificuldades, mas já as enfrento de outra forma.

Cresci e aprendi a aceitar as minhas emoções e a viver com elas. Assim encontrei a alegria de viver e sou tão grato por caminhar na Terra e seguir as minhas pisadas tão longe quanto posso ir. O céu não é o limite, o mar não é um obstáculo, a terra não é só a segurança e a montanha não é assim tão alta para que eu não a possa escalar. Porque os sonhos e o amor são maiores que tudo o resto. E quando nos amamos, os milagres acontecem. Pois a respiração é um milagre do desconhecido, uma dádiva que temos.

A plenitude é vivida quando encontramos a serenidade de aceitar quem nós somos e o nosso estado emocional. É necessário que paremos de somar medos e subtrair amor. Temos que resolver a equação da raiva e transformá-la em paixão, como se fosse uma fórmula química à distância de uma tecla.

Basta um clique na nossa alma para mudarmos e encontrarmos a alegria que temos em nós próprios. Somos mais, somos menos, somos multiplicações, somos divisões. Somos tudo o que queremos ser com a responsabilidade de sermos a nossa melhor versão.

Desenha o caminho, nada os céus e faz com que Poseidon rasgue os mares para passares. Nenhum destino fica longe enquanto a tua vontade de lá chegar for maior. As estradas se curvarão aos teus pés, o vento soprará na tua direcção, a chuva te abençoará. Alegra-te, porque tens tudo o que precisas em ti. Sê sereno no teu ser.




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