A minha bênção
- Sérgio Faria
- 28 de out. de 2020
- 1 min de leitura

Chorei!
A ouvir um fado.
A alma gritou um ai.
Resignou-se à amargura.
Ouvi o silêncio dos ais
Conheci a minha tormenta.
Colhi a minha felicidade
Ao som da minha tristeza.
Rasguei os céus
Libertei os ventos
Domei os tornados
Que existem na minha alma.
Ouvi o fado.
Ouvi o grito.
Nasceu a esperança.
Num ai cantado.
Cantei um fado
E a vida nasceu.
Cantei um fado
E comecei a sentir
A vida que gritava
Dentro do meu ser.
Os céus quebraram-se
Aos meus pés
A ouvirem os meus ais.
Libertei as minhas emoções
Soltei a minha voz
E a alma cantou
Com amor no coração.
Risquei o grito da dor,
Chorei a ouvir um fado
E alma acalmou.
Na dor da voz,
Encontrei alguém como eu.
Inspirei-me nos poemas dos grandes.
Narrei as minhas histórias
Como se fossem arte.
Cantei um fado
E a vida nasceu.
Cantei um fado
E comecei a sentir
A vida que gritava
Dentro do meu ser.
Queimei os céus,
Rasguei a dor
E chorei!
A vida nasceu,
Eu renasci neste poema,
Que agora grito
Num canto de loucura.
Antes eu sobrevivia,
Agora eu vivo na voz
Dos fadistas que me cantam
E que me acompanham
Numa vida de amor.
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